João Cruz e Souza, nascido em 24 de Dezembro em 1861, na cidade de Desterro, hoje Florianópolis, era filho Guilherme da Cruz e Carolina Eva da Conceição.
Aos 20 anos (1881) Cruz e Souza dirigiu o jornal Tribuna Popular, onde combateu a escravidão e o preconceito racial. Por ele ser de cor negra foi recusado como promotor em Laguna. E em 1885 lançou seu primeiro livro com o titulo de Tropos e Fantasias juntamente com Vírgilio Várzea. Em 1890 foi para o Rio de Janeiro onde trabalhou como arquivista na Estrada de Ferro Central do Brasil, onde também colaborou com o jornal Folha Popular. Em fevereiro de 1893 publicou Missal e em agosto Broquéis. Em novembro de 1893 casa-se com Gavita Rosa Gonçalves, também negra , com a qual teve quatro filhos, todos mortos prematuramente por tuberculose.
Em seus poemas podia-se observar traços como individualismo, sensualismo, as vezes musicalidade, as vezes desespero e uma obsessão pela cor branca. Foi o maior expoente do simbolismo no Brasil.
Como se pode observar a nossa população é composta pela metade de negros e mulatos, porém foram poucos que se interessaram pela literatura, em favor da causa negra. Cruz e Souza, por exemplo, não conseguiu escapar de acusações de indiferença pela causa absolutista. Cruz e Souza era contra a escravidão. Em seus poemas buscava expressar esses sentimentos. Vejamos agora alguns poemas de Cruz e Souza:
SIDERAÇÕES
Para as Estrelas de cristais gelados
As ânsias e os desejos vão subindo,
Galgando azuis e siderais noivados
De nuvens brancas a amplidão vestindo...
As ânsias e os desejos vão subindo,
Galgando azuis e siderais noivados
De nuvens brancas a amplidão vestindo...
Num cortejo de cânticos alados
Os arcanjos, as cítaras ferindo,
Passam, das vestes nos troféus prateados,
As asas de ouro finamente abrindo...
Dos etéreos turíbulos de neve
Claro incenso aromal, límpido e leve,
Ondas nevoentas de Visões levanta...
E as ânsias e os desejos infinitos
Vão com os arcanjos formulando ritos
Da Eternidade que nos Astros canta...
Os arcanjos, as cítaras ferindo,
Passam, das vestes nos troféus prateados,
As asas de ouro finamente abrindo...
Dos etéreos turíbulos de neve
Claro incenso aromal, límpido e leve,
Ondas nevoentas de Visões levanta...
E as ânsias e os desejos infinitos
Vão com os arcanjos formulando ritos
Da Eternidade que nos Astros canta...
Usando os meios de comunicação encontramos alguns vídeos com os poemas de Cruz e Souza, confira aqui um deles: Cárceres das almas !
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