Os mercados financeiros de todo o mundo foram abalados pelo crack da bolsa , em 1929. O Brasil não foi poupado. A diminuição do consumo de café no mercado mundial, provocada pela crise desencadeada pela quebra da bolsa, fez despencar o preço do café brasileiro no mercado internacional. A revolução de 30, movimento liderado por políticos e militares contra as oligarquias cafeeiras, que levou Getúlio Vargas ao poder, perdeu seu caráter provisório com a permanência de Getúlio no poder. Os paulistas, inconformados com a perda do poder político, desencadearam, em 32 , a Revolução Constitucionalista, mas foram logo derrotados.
Com a promulgação se uma nova constituição em 34, Vargas foi legitimado no poder. No ano seguinte, as esquerdas se uniram para formar a Aliança Nacional Libertadora. Sentindo-se ameaçado, Getúlio conseguiu a aprovação de uma Lei de Segurança Nacional e começou a perseguir os manifestantes de esquerda. Em 1937, o congresso nacional foi fechado. Estava decretado o Estado Novo. Vargas passou a exercer o poder de modo autoritário e centralizador. Muitos escritores foram presos e torturados, acusados de subversão.
Em 1939, Hitler invadiu a Polônia, dando início à Segunda Guerra Mundial. Em 1941, a guerra agravou-se com o bombardeio em Pearl Harbor e a entrada norte-americana no conflito. Em 1945, quando os aliados desembarcaram na Normandia e deram fim à guerra, foram expostas ao mundo as atrocidades cometidas pelos nazistas.
A Segunda Guerra Mundial deixou como legado mais do que ruínas de cidades arrasadas por bombardeios. Ela nos obrigou a enfrentar a barbárie humana e a reconhecer que o preconceito e o desejo desmedido de poder podem levar à perda de milhões de vidas. Meus olhos são pequenos para ver/ o mundo que se esvai em sujo e sangue, escreve Drummond em 1944, registrando o espanto dos poetas ao refletirem sobre a perversidade de que o ser humano é capaz. O lançamento das bombas atômicas, em agosto de 1945, foi a ultima fronteira da ética derrubada pela ciência: o ser humano havia descoberto uma forma eficiente de exterminar a própria raça. Estava criado o contexto para que a arte assumisse uma perspectiva mais intimista e procurasse respostas para as muitas dúvidas existências desencadeadas por todo esse cenário de horror e destruição.
SEGUNDA GERAÇÃO MODERNISTA: A CONSOLIDAÇÃO DE UMA ESTÉTICA
A instabilidade social e política relacionada a esse contexto faz com que surjam, na literatura, propostas de diferentes modos de interpretar a realidade e de responder às grandes questões humanas. É assim que, passada a agitação inicial, o Modernismo brasileiro atinge, por volta de 1930, sua fase áurea. O romance ganha um impulso extraordinário, como estudaremos mais adiante. Na poesia, a fase do nacionalismo crítico, que promovia a releitura do passado histórico do Brasil, é superada, e os autores passam a dedicar-se à reflexão sobre o mundo contemporâneo, usando todos os recursos à disposição da criação poética, aproveitando as conquistas da primeira geração e outras ferramentas relacionadas à forma.
A publicação, em 1930, do livro Alguma Poesia, de Carlos Drummond de Andrade, é considerada a referência do início da poesia da segunda geração modernista. Os críticos adotam o ano de 1945 como data fim da poesia dessa geração, embora os escritores pertencentes a ela continuem a produzir.
|
Refletir sobre o sentido de estar no mundo é a proposta que define o projeto literário da poesia da segunda geração modernista. Essa reflexão está associada a uma grande preocupação com a renovação da linguagem, anunciada na geração anterior. A análise do ser humano e de suas angústias, o desejo de compreender a relação entre o indivíduo e a sociedade da qual faz parte são os elementos recorrentes na poesia na década de 1930.
Enquanto a primeira geração modernista experimentou uma grande variedade de temas e de técnicas, a segunda geração é caracterizada por uma produção com forte dimensão social. Assim, o contexto sociopolítico define um foco para a poesia desse momento.
OS AGENTES DO DISCURSO
As condições de produção dos poetas da segunda geração modernista são muito semelhantes às dos modernistas de 1922. Enquanto Oswald e Mário de Andrade se entusiasmavam com a leitura dos manifestos das vanguardas artísticas europeias, Drummond e seus companheiros liam, pelos jornais, os manifestos dos modernistas brasileiros. O mesmo espírito de troca de experiências que caracterizou o grupo organizador da Semana da Arte Moderna contamina jovens escritores de diferentes partes do Brasil e os leva a aderir ao projeto maior de transformação da literatura nacional. A circulação dos textos segue os passos dos primeiros modernistas: revistas literárias e jornais. Além disso, o mercado de livros de aquece com a criação de editoras brasileiras. Monteiro Lobato é o primeiro proprietário de uma editora nacional, o que facilita a publicação das obras. Assim, em revistas, jornais ou livros a produção poética da segunda geração é divulgada e começa a ganhar a simpatia dos leitores.
vlw. gostei muito . por: marih santos
ResponderExcluiruhuhb
ResponderExcluirOi Ricardo
ResponderExcluirSou seu colega do Estado e desenvolvo também aulas de Língua Portuguesa e bancos de dados de outrs matérias para o Ensino Fundamental e Médio.
Estive pesquisando e me deparei com seu trabalho. Coincidentemente estamos pegando a questão do Modernismo de 30 por ângulos muito próximos. Estou desenvolvendo também as modificações dos suportes de mídias e gostaria de bater um papo com você.
Dê uma olhada, por favor no trabalho que está sendo desenvolvido em
keditfundamental.jimdo.com
Veja os demos, especialmente os de Língua Portuguesa em
http://keditfundamental.jimdo.com/area-de-testes-ef69-demos-k12-testing-area/
No caso da geração de 30, a aula a ue me refiro está em:
http://port9keditfundamental.jimdo.com/
Meu e-mail é evandrocastilho@yahoo.com.br
Caso se interesse, mande um e-mail para mim e iniciamos um papo.
Abraço
Evandro
Muito bom!!! O contexto histórico ficou bem explicado no resumo que fez.
ResponderExcluir