quarta-feira, abril 25, 2012

Terceira geração: a poesia social

Características:

Também conhecida como geração Condoreira, teve como principal símbolo da terceira fase romântica, o Condor,  que é uma ave que costuma construir seu ninho em lugares muito altos e tem visão ampla sobre todas as coisas.
As principais características são o erotismo, a mulher vista com virtudes e pecados, o abolicionismo, a visão ampla e conhecimento sobre todas as coisas, a realidade social e a negação do amor platônico,(Amor platônico, na acepção vulgar, é toda a relação afetuosa ou idealizada em que se abstrai o elemento sexual, como num caso de amizade pura, entre duas pessoas). Com a mulher podendo ser tocada e amada.
Essa fase antecipa características da Escola Realista, que substituirá o Romantismo. O subjetivismo e o emocionalismo cederão lugar para uma literatura de tom exaltado, baseada nos grandes debates sociais e políticos da época.

O projeto literário da poesia da terceira geração
A poesia, até então expressão subjetiva de um sentimentalismo exacerbado, torna-se, Castro Alves e os condoreiros,o instrumento de uma causa social: a libertação dos escravos. Por esse motivo, o projeto literário dessa geração romântica brasileira será denunciar, por meio da poesia, as injustiças sociais.

Castro Alves (1847-1871)
Antônio Frederico de Castro Alves nasceu na antiga cidade de Curralinho (hoje chamada Castro Alves),na Bahia, em 1847.Iniciou o curso de Direito em Recife,onde já se manifestaram os primeiros sintomas da tuberculose que o consumiria.Transferiu-se para São Paulo junto com a atriz portuguesa Eugênia Câmara, com quem vivia. Na Faculdade de Direito conviveu com outros poetas românticos importantes.
Destacou-se logo com poeta revolucionário e declamador muito eloquente. Já doente, voltou a Salvador onde faleceu em 6 de julho de 1871. Estava no auge de sua popularidade  como poeta e declamador.

Principais obras:

Espumas Flutuantes (1870)
Os Escravos, (1883)
O Navio Negreiro, (1869)

Navio Negreiro
Castro Alves

I
'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.
'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido tesouro...
'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...
'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...
Donde vem? onde vai?  Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.
Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo — o mar em cima — o firmamento...
E no mar e no céu — a imensidade!
Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! como é sublime um canto ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa!
Homens do mar! ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos!
Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,
E o vento, que nas cordas assobia...
..........................................................
Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar — doudo cometa!
Albatroz!  Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz!  Albatroz! dá-me estas asas.
(Trecho da obra Navio Negreiro de castro Alves)
Alunos: Ítalo Viggiani Santos e Lucas Dariva
2° ano
Seminário São Francisco de Assis  

4 comentários:

  1. O texto foi muito bem redigido, as informações nele contidas são as que realmente merecem atenção, ou seja, as características mais marcantes.

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  2. Ótimo, peguei como base no meu seminário do 2º ano, muito bom...

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