quarta-feira, setembro 15, 2010

LITERATURA- BARROCO - PARTE II

O barroco toma denominação diferentes, que variam de uma região para outra da Europa: Gongorismo, Marinismo, precionismo e etc...

Gongorismo: estilo do poeta espanhol Gôngaro; termo que os partidários dessa tendência literária utilizavam; emprego exagerado de metáforas, trocadilhos, jogos de palavras.

Marinismo: de influência do poeta italiano Giambattista Marini (1569 – 1625); caracterizada pela afetação no estilo.

Preciosismo: como tendência literária voltada para a perfeição da forma e a sutileza da frase; muito em voga na corte de Luis XIV, rei sol.

Eufuismo: estilo afetado, extravagante, comparável ao gongarismo português e ao preciosismo francês. Recebeu esse nome em conseqüência da novela de John Lyly: EUPHUES.

No século XVII temos à reação da igreja contra idéias do antropocentrismo difundido pelo renascimento e contra a reforma protestante, solidificada na Inglaterra, Holanda e regiões do Reno e do Báltico.

Esta reação da igreja, na tentativa de recuperar seu poder, chamou-se contra-reforma. Foi um movimento caracterizado pela censura de textos e idéias, com decisões elaboradas a partir do concílio de Trento, ocorrido de 1545 a 1563. A companhia de Jesus de combatia com vigor as idéias da reforma protestante. O ensino passa a ser atribuição dos jesuítas. Qualquer avanço no campo científico-cultural passava pela censura eclesiástica. Tudo isso fez com que a península ibérica não acompanhasse o progresso cientifico da Europa. Portugal manteve-se alheio as idéias de Galileu, Copérnico, Newton e descartes. Entre essas descobertas estão as leis da mecânica e o processo de circulação do sangue no corpo humano.

Nesse clima de profundas transformações de ordem social, política, econômica é que se desenvolve a estética barroca. O barroco reflete a tentativa de conciliar forças antagônicas: o bem e o mal, o espírito e a matéria, o céu e a terra, a pureza e o pecado, a razão e a fé.

No Brasil:

Com a expansão do comercio, a economia mercantista do Brasil colônia, com toda a sua produção, volta-se para a metrópole. A cana de açúcar, no nordeste, atinge rapidamente seu apogeu, mas entra logo em declínio. Em minas gerais, a extração de minério – outra fonte de riqueza – contribui para o desenvolvimento econômico.

Após a expulsão definitiva dos franceses (1615), ocorrem às invasões holandesas (1624 a 1630), e o conde Mauricio de Nassau administrava as regiões ocupadas pelos holandeses (1637-1644). O nordeste passa por rápidas mudanças culturais e econômicas através do contato com os holandeses, até a sua expulsão, em 1654.

É nesse contexto que a arte barroca surge, influenciada fortemente pelas tensões de sua época.

As artes:

Na PINTURA, é clara a influência do conflito entre razão e fé. As obras de arte demonstram essa dualidade através do uso do contraste, como claro e escuro, luz e sombra, além da exploração das idéias de profundidade e de intensidade dramática. Na ARQUITETURA, o estilo é retorcido, cheio de detalhes, exagerado, refletindo o próprio conflito vivido pelo homem desta época. A arte renascentista, baseada no equilíbrio, dá lugar a uma arte mais intensa, emocional, envolvente, que expressa as emoções de forma passional.

O Barroco na literatura:

A designação de BARROCO chega a ser quase ambígua, quando se quer classificar esse estilo de época. Assim, BARROCO é sinônimo de BIZARRO. Esse termo, segundo a critica das artes plásticas, é sinal de mau gosto, de coisa absurda.
Para efeito didático, podemos dizer BARROCO ou SEISCENTISMO (estilo literário do século XVII) – inicia-se em portugal em 1580 com a UNIFICAÇÃO DA PENÍNSULA IBÉRICA e vai até 1756 com a FUNDAÇÃO DA ARCADIA LUSITANA.

A literatura barroca é fruto do conflito característico de sua época. Pressionado pela igreja e pelo racionalismo, o homem perde-se entre dois pólos opostos:

IGREJA X PENSAMENTO RENASCENTISTA
SALVAÇÃO X PECADO
CÉU X INFERNO
ESPÍRITO X CARNE
CARNE X RAZÃO

Características do Barroco:

Atormentado por este conflito, o homem produz textos literários com características bastante nítidas. São elas:

1. Uso do contraste: as idéias opostas seduzem o barroco; os textos mostram choques entre amor e dor, vida e morte, religiosidade e erotismo, juventude e velhice etc...

2. Pessimismo: conflito entre o eu e o mundo. A vida terrena é vista como triste e cheia de sofrimento, enquanto que a vida celestial é luminosa e tranqüila.

3. Presença de impressões sensórias: usando seus sentidos, o homem busca captar todo o sentido da miséria humana, ressaltando seus aspectos dolorosos e cruéis.

4. Preocupação com a transitoriedade da vida: por ser curta, a vida não permite que o homem a viva intensamente, como seria seu desejo.

5. Intensidade: desejo de expressar as emoções fortes do amor, do desejo e da dor em profundidade, na tentativa de encontrar o sentido da existência humana.

6. Linguagem complicada, excessivamente trabalhada, através de:
• Expressões eruditas;
• Sintaxe rebuscada, com o uso freqüente da ordem inversa.
• Repetições
• Paralelismo
• Uso abusivo de figuras de linguagem, principalmente antíteses, hipérboles, paradoxos e metáforas;
• Uso freqüente de frases interrogativas

7. tentativa de conciliação entre a religiosidade e o racionalismo: há uma constante oscilação entre os dois opostos.

Duas correntes se distinguem na literatura barroca: o cultismo e o concretismo

O cultismo:
Esse estilo é marcado pela erudição, pelo rebuscamento, pelo uso de iversões brutais e de numerosas figuras de linguagem. Trata-se de uma espécie de JOGO DE PALAVRAS, exageradamente trabalhado quanto á forma.

O conceptismo:
Desenvolveu-se paralelamente ao cultismo. Definiu-se na primeira metade do século XVII nas obras de grades escritores: Quevedo, padre Vieira e Shakespeare. É um estilo fluente, pouco rebuscado, preocupado em expor, através do raciocínio lógico, idéias e conceitos.

Num texto com as características conceptistas, há o emprego da linguagem figurada: inversões, antíteses; há jogo de palavras e de idéias.

O Barroco no Brasil:

O Barroco é um estilo de época comum a quase toda a Europa. No Brasil, escritores do século XVII e primeira metade do século XVIII seguiram os modelos padrões europeus.

O estilo barroco desenvolve-se inicialmente nas artes plásticas, atingindo a sua fase áurea, de modo especial, nos estados de minas gerais, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro.

O barroco brasileiro na literatura tem como marco inicial a publicação da obra Prosopopéia, de bento Teixeira em 1601. Essa obra é constituída de 94 oitavas, nela o autor exalta as qualidades do governador de Pernambuco, JORGE ALBUQUERQUE COELHO, e de seu irmão Duarte.

O término desse movimento no Brasil é assinalado com a publicação do livro OBRAS (1768), de Cláudio Manuel da costa, introduzindo, assim, o Arcadismo no Brasil.

Autores barrocos:

Dos escritores que manifestaram tendência barroca em suas obras destacam-se Gregório de matos e padre Antônio Vieira.

Algumas informações sobre o Boca do Inferno.
Gregório de Matos Guerra

Fez doutorado em direito, em Coimbra, e permaneceu mais de trinta anos em Portugal. Veio então para o Brasil e passou a viver na Bahia.

Gregório de matos é o autor mais representativo da poesia desse período da nossa historia literária. É poeta lírico, satírico e religioso. Em seus poemas manisfeta aspiração religiosa, expressa o amor carnal e satiriza a sociedade baiana da época. Com isso ganha a antipatia de inúmeras pessoas de seu tempo e é obrigado a partir em exílio para angola.

Sua produção literária pode ser agrupada em três divisões temáticas:

A) Poesia satírica: nela critica as autoridades da época, as mulheres de constumes indecorosos, os ricos senhores de engenho, os padres e os comerciantes poucos honestos.
Pelas suas sátiras, Gregório de Matos foi apelidado de BOCA DO INFERNO, por sua habilidade em criticar personalidades e costumes de seu tempo.

B) Poesia lírica: neste tipo de poema o poeta fala de suas fortes paixões e dos sofrimentos por amor. Os sonetos líricos de Gregório de Matos são bem elaborados. Por ser um bom conhecedor da arte de fazer poesias, expressa seus sentimentos amorosos com grande habilidade de mestria.

C) Poesia religiosa: o poeta, arrependido, pede perdão de seus pecados; sofre remorso por suas ações apaixonadas e insensatas; há sempre um conflito entre pecado e perdão




Um comentário:

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