José Ribamar Ferreira, o mais
conhecido Ferreira Gullar, nasceu em 1930 e passou sua infância na cidade de
São Luís, no Maranhão. Foi duramente perseguido durante o período da ditadura
militar, pelo fato de ter visto um policial matar um operário em um comício e,
como fazia parte da Rádio Timbira como locutor, não ter anunciado o óbito como
responsabilidade comunista.
Teve grande engajamento político
por ter ingressado no Centro Popular de Cultura da União Nacional dos
Estudantes. Era escritor do jornal O
Estado de S. Paulo, pelo qual trabalhou durante 30 anos.
Perseguido pela ditadura,
Ferreira Gullar se exilou em países como Moscou, Santiago, Lima e Buenos Aires,
e durante esse trajeto escreveu seu texto mais conhecido, Poema Sujo:
“[...] Mas sobretudo meu
corpo
nordestino
mais que isso
maranhense
mais que isso
sanluisense
mais que isso
ferreirense
newtoniense
alzirense...”
corpo
nordestino
mais que isso
maranhense
mais que isso
sanluisense
mais que isso
ferreirense
newtoniense
alzirense...”
Ao voltar para o Brasil, foi
preso e interrogado pelos militares, e somente solto por influências que seus
amigos tinham.
Entre as características
presentes em suas obras destacam-se:
- A busca pela ampliação dos sentidos
- Discurso politizado, marxista;
- Equilíbrio entre expressão dos sentimentos e comunicação de uma visão de mundo.
Graças a sua história de vida e
sua obra, Ferreira Gullar é considerado um dos maiores escritores brasileiros e
da língua portuguesa, desenvolvendo obras baseadas em temas políticos, buscando
sempre a existência do sentimento nas mesmas.
“Fiz sempre poesia como uma luta em busca do sentimento das
coisas, do sentido da própria vida e da literatura e, ao mesmo tempo, como a
necessidade de resgatar a experiência da vida, de não deixar que ela se perca.”
Seminário São Francisco de Assis
2014
Professor Ricardo Luís Mees
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