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Nasceu em Recife (PE), em janeiro de
1920. Primo, pelo lado paterno, de Manuel Bandeira e, pelo lado materno, de
Gilberto Freyre. Em 1940 viaja com a família para o Rio de Janeiro, onde
conhece Murilo Mendes. Esse o apresenta a Carlos Drummond de Andrade e ao
círculo de intelectuais que se reunia no consultório de Jorge de Lima. Em 1942
acontece a publicação de seu primeiro livro, Pedra do Sono.
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“ No Sertão a pedra não sabe lecionar, e se
lecionasse, não ensinaria nada; Lá não se aprende a pedra: lá a pedra, uma
pedra de nascença, entranha a alma.”
A
poesia de João Cabral de Melo Neto é um marco dentro da literatura brasileira
porque representa a maturidade das conquistas estéticas mais radicais do século
XX. Contrariando a poética nacional que sempre fora sentimental, retórica,
ornamental, João Cabral de Melo Neto constrói uma poesia não lírica, não
confessional, presa à realidade e dirigida ao intelecto. Apesar de pertencer
cronologicamente à geração de 45, Cabral não se enquadra somente nesta
geração. João Cabral é tido como o único
poeta da geração de 45 que influencia a geração posterior (vanguarda concreta)
porque defendia a aproximação da poesia com os meios de comunicação e com a
arte popular.
A
geração de 45 propunha um retorno às formas tradicionais do verso, como o
soneto, e negava o experimentalismo dos modernistas de 1922.
O
poeta explicita sua preocupação com a realidade nordestina e a denúncia da
miséria. Em O Cão Sem Plumas, o poeta
inicia um ciclo de poemas em que busca, em meio uma atmosfera mineral, a vida
possível. Essa ênfase se desdobrará em O Rio e Morte e Vida Severina.
Ressalta-se na redundância, na duplicação de palavras e ritmos, o poema sugere
a cadência da prosa e a monotonia das águas barrentas do Capibaribe, cão sem pelo
ou pluma, reduzido só a detritos e lama.
[...] Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.
Mas, para que me conheçam
melhor Vossas Senhorias
e melhor possam seguir
a história de minha vida,
passo a ser o Severino
que em vossa presença emigra. [...]
Morte e vida Severina
Referências:
http://pt.slideshare.net/clauheloisa/joo-cabral-de-melo-neto-11376001?qid=7547b57f-3db8-40f1-a1da-ae8189937681&v=qf1&b=&from_search=1
Livro didático: Abaurre, Maria Luiza M.
Português: contexto, interlocução e sentido/
Maria Luiza Abaurre, Maria Bernadete M. Abaurre,
Marcela Pontanara – São Paulo: Moderna, 2008.
Aluno: Arthur Emilio Holdefer 3º. Ano EM
Seminário São Francisco de Assis
2014
Professor Ricardo Luís Mees
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