Cláudio Manuel da Costa
O Arcadismo
no Brasil teve início no ano de 1768, com a publicação do livro “Obras” de
Cláudio Manuel da Costa.
Enquanto
na Europa surgia o trabalho assalariado, o Brasil ainda vivia o tempo de
escravidão. Há um processo de revoltas no Brasil, contudo, a mais eloquente
durante o período árcade é a Inconfidência Mineira, movimento que teve
envolvimentos dos escritores árcades, como Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga
Peixoto e Cláudio Manuel da Costa, além do dentista prático Tiradentes.
Como a
tendência é do eixo cultural seguir o econômico, os escritores árcades são, na
maioria, mineiros e algumas de suas produções literárias são voltadas ao
ambiente das cidades históricas mineiras, principalmente Vila Rica.
O
Arcadismo tem como características: a busca por uma vida simples, pastoril, a
valorização da natureza e do viver o presente (pensamentos causados por
inspiração a frases de Horácio “fugere urbem” – fugir da cidade e “carpe diem”-
aproveite o dia).
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Cláudio Manuel da Costa nasceu em Minas Gerais, na
circunvizinhança da cidade de Mariana, em junho de 1729. Teve seus primeiros
estudos com os jesuítas, logo depois, estudou humanidades no Rio de Janeiro e
Direito na Universidade de Coimbra. Por volta de 1749, teve contato com as ideias
iluministas e também com o arcadismo.
Quando retornou ao Brasil, participou da Inconfidência Mineira ao lado de Tiradentes.
O autor tinha um pseudônimo árcade: Glauceste Satúrnio, o qual era um pastor que se inspirava em sua musa Nise. Contudo, suas poesias ainda apresentavam indícios do Quinhentismo e do Barroco.
Quando retornou ao Brasil, participou da Inconfidência Mineira ao lado de Tiradentes.
O autor tinha um pseudônimo árcade: Glauceste Satúrnio, o qual era um pastor que se inspirava em sua musa Nise. Contudo, suas poesias ainda apresentavam indícios do Quinhentismo e do Barroco.
Em 1773, escreveu seu poema mais eloquente “Vila Rica”, o
qual foi publicado somente após sua morte. Nesse poema há exaltação dos feitos
dos bandeirantes, fundadores de diversas cidades da região mineira, além de
narrar a história da atual Ouro Preto.
O poeta gerou forte influência nas obras dos autores árcades Tomás Antônio Gonzaga e Inácio da Silva Alvarenga, considerado como precursor do Arcadismo brasileiro.
Cláudio Manuel produziu poemas com temática pastoril, com estrutura perfeita de soneto, além de trazer reflexões sobre a vida, sobre a moral e sobre o amor.
O poeta gerou forte influência nas obras dos autores árcades Tomás Antônio Gonzaga e Inácio da Silva Alvarenga, considerado como precursor do Arcadismo brasileiro.
Cláudio Manuel produziu poemas com temática pastoril, com estrutura perfeita de soneto, além de trazer reflexões sobre a vida, sobre a moral e sobre o amor.
Foi preso em 1789, acusado de participar da Inconfidência
Mineira, logo após, foi encontrado morto na cela. Alguns acreditam que foi
suicídio, outros que foi assassinato.
As principais obras do poeta são: Obras poéticas (1768) e Vila Rica (1837).
POEMA BUCÓLICO
Sonetos
X
X
Eu ponho esta sanfona, tu, Palemo,
Porás a ovelha branca, e o cajado;
E ambos ao som da flauta magoado
Podemos competir de extremo a extremo.
Porás a ovelha branca, e o cajado;
E ambos ao som da flauta magoado
Podemos competir de extremo a extremo.
Principia, pastor; que eu te não temo;
Inda que sejas tão avantajado
No cântico amebeu: para louvado
Escolhamos embora o velho Alcemo.
Inda que sejas tão avantajado
No cântico amebeu: para louvado
Escolhamos embora o velho Alcemo.
Que esperas? Toma a flauta, principia;
Eu quero acompanhar te; os horizontes
Já se enchem de prazer, e de alegria:
Eu quero acompanhar te; os horizontes
Já se enchem de prazer, e de alegria:
Parece, que estes prados, e estas fontes
Já sabem, que é o assunto da porfia
Nise, a melhor pastora destes montes
Já sabem, que é o assunto da porfia
Nise, a melhor pastora destes montes
ÉPICO
Vila Rica
Canto VI
Levados de fervor, que o peito encerra
Vês os Paulistas, animosa gente,
Que ao Rei procuram do metal luzente
Co'as próprias mãos enriquecer o erário.
Arzão é este, é Este, o temerário,
Que da Casca os sertões tentou primeiro:
Vê qual despreza o nobre aventureiro,
Os laços e as traições, que lhe prepara
Do cruento gentio a fome avara..
Canto VI
Levados de fervor, que o peito encerra
Vês os Paulistas, animosa gente,
Que ao Rei procuram do metal luzente
Co'as próprias mãos enriquecer o erário.
Arzão é este, é Este, o temerário,
Que da Casca os sertões tentou primeiro:
Vê qual despreza o nobre aventureiro,
Os laços e as traições, que lhe prepara
Do cruento gentio a fome avara..
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